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| DO CICLO O ALUNOPelos montes - túmidos e úmidos, Sob o sol - potente e poento, Com a bota - tímida e humilde - Atrás do manto - roxo e roto.
Pelas areias - ávidas e ácidas,
Sob o sol - candente e sedento, Com a bota - tímida e humilde - Atrás do manto - rasto e rasto.
Pelas ondas - rábidas e rápidas,
Sob o sol - idoso e iroso, Com a bota - tímida e humilde - Atrás do manto - que mente e mente...
(Trad. Augusto de Campos e Boris Schnaiderman)
Mão esquerda contra a direita. Tua alma e minha alma - tentes. Fusão, beatitude que abrasa. Direita e esquerda - duas asas. Roda o tufão, o abismo fez-se Da asa esquerda à asa direita.
(Trad. Haroldo de Campos)
A cima das cruzes e dos topos, Arcanjo sólido, passo firme, Batizado a fumaça e a fogo - Salve, pelos séculos, Vladímir! Ele é dois: a lei e a exceção, Ele é dois: cavalo e cavaleiro. Toma fôlego, cospe nas mãos: Resiste, triunfo carreteiro. Escura altivez, soberba tosca, Tribuno dos prodígios da praça, Que trocou pela pedra mais fosca O diamante lavrado e sem jaça. Saúdo-te, trovão pedregoso! Boceja, cumprimenta - e ligeiro Toma o timão, rema no teu vôo Áspero de arcanjo carreteiro.
(Trad. Haroldo de Campos)
A CARTA
Assim não se esperam cartas.
Assim se espera - a carta. Pedaço de papel Com uma borda De cola. Dentro - uma palavra Apenas. Isto é tudo.
Assim não se espera o bem.
Assim se espera - o fim: Salva de soldados, No peito - três quartos De chumbo. Céu vermelho. E só. Isto é tudo.
Felicidade? E a idade?
A flor - floriu. Quadrado do pátio: Bocas de fuzil.
(Quadrado da carta:
Tinta, tanto!) Para o sono da morte Viver é bastante.
Quadrado da carta.
(Trad. Augusto de Campos)
Não roubarás minha cor Vermelha, de rio que estua. Sou recusa: és caçador. Persegues: eu sou a fuga. Não dou minha alma cativa! Colhido em pleno disparo, Curva o pescoço o cavalo Árabe - E abre a veia da vida.
(Trad. Haroldo de Campos)
Não colherás no meu rosto sem ruga A cor, violenta correnteza. És caçadora - eu não sou presa. És a perseguição - eu sou a fuga. Não colherás viva minha alma! Acossado, em pleno tropel, Arqueia o pescoço e rasga A veia com os dentes - o corcel Árabe
(Trad. Augusto de Campos)
Cessa o teu apelo, Sucesso! Um só palmo: Mesa e cotovelo. Cala-te, festa! Cotação, contém-te! Cotovelo e testa. Cotovelo e monte. Juventude - rir. Velhice - aquecer. Que tempo pra ser? Para onde ir? Mesmo num tugúrio, Sem uma pessoa: Torneira - murmúrio, Cadeira - ressoa, Boca recomenda - Mole caramelo - Mais uma comenda "Pelo amor do Belo". Se vocês soubessem, Longe ou perto, gente, Como esta cabeça Me deixa doente - Deus numa quadrilha! A estepe é vala, Paraíso - ilha Onde não se fala. Macho - animal, Dono - vender! A Deus é igual O que me der (Venham de vez Dias a juros!) Pata a mudez - Quatro muros.
(Trad. Augusto de Campos e Boris Schnaiderman)
Nereida! Onda! Ela. Eu. Nós dois. Nada além de Onda ou náiade. Teu nome, tumba, Reconheço, onde for, Na fé - o altar, no altar - a cruz. O terceiro, no amor.
(Trad. Augusto de Campos)
Irrecuperável, a vida vaza. Ponham embaixo vasos e vasilhas! Todas as vasilhas serão rasas, Parcos os vasos. Pelas bordas - à margem - Para os veios negros da terra vazia, Nutriz da vida, irrecuperável, Irreprimível, vaza a poesia.
(Trad. Augusto de Campos)
"Os tchecos se acercavam dos alemães e cuspiam."
Tomaram logo e com espaço:(Cf. jornais de março de 1939) Tomaram fontes e montanhas, Tomaram o carvão e o aço, Nosso cristal, nossas entranhas. Tomaram trevos e campinas, Tomaram o Norte e o Oeste, Tomaram mel, tomaram minas, Tomaram o Sul e o Leste. Tomaram a Vary e a Tatry, Tomaram o perto e o distante, Tomaram mais que o horizonte: A luta pela terra pátria. Tomaram balas e espingardas, Tomaram cal e gente viva. Porém enquanto houver saliva Todo o país está em armas.
(Trad. Augusto de Campos)
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